03 08 SBCAT 2020 Publicacao 2 Notícia1: Instituição: IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

1.1 – Coordenação de uma Planta Piloto

Em 1978, o Eng. Kenji Takemoto já Pesquisador do IPT, foi convidado para gerenciar o projeto de uma planta piloto para desidratação do etanol para produção de etileno com o uso do catalisador de alumina ( Al2O3 ) da empresa japonesa JGC. O IPT ofereceu uma área coberta de 150m2 e os equipamentos de análises, reagentes, utilidades, materiais de laboratório. A JGC construiu a planta piloto e alocou o Eng. Quim. Tsunekichi Yamabe. A planta piloto iniciou a operação em julho de 1978 com 7 colaboradores do IPT, e rodou continuamente por aprox. 3 meses, para obtenção de dados básicos para o projeto de uma planta industrial, bem como acompanhar a desativação do catalisador. Vide Foto 1 a planta piloto.

 

Foto 1: Laboratório de Catálise: Planta piloto de avaliação de catalisadores em leito fixo

79.1.Lab.Cat.5.1.Planta Piloto de Aval.Catal

1.2 – Implantação do Laboratório de Catálise e atividades

No começo de 1979, a FINEP aprovou um projeto do Prof. Remolo Ciola “ Catálise & Alcoolquímica “ porém o Prof. Ciola pediu demissão como Consultor do IPT. Desta forma, fui convidado para a implantação. O projeto foi suportado por 2 pesquisadores da JGC através da JICA, Eng. Quim. Tsunekichi Yamabe e Quim. Masamitsu Niizuma.

O projeto FINEP foi radicalmente alterado para estabelecer no IPT um laboratório de catálise Industrial, isto é, um laboratório para dar suporte as indústrias químicas e petroquímicas na área de análise e caracterização de catalisadores, bem como no desenvolvimento e teste de catalisadores em micro reatores.

O IPT ofereceu uma área construída de 450 m2 e colocada nesta área: Escritório, Sala de caracterização e outras salas conforme as fotos abaixo.

Os trabalhos técnicos iniciaram com 11 colaboradores, os 2 pesquisadores da JGC e com a consultoria do Prof. Dr Martin Schmal da UFRJ.

Foram preparados diversos catalisadores em escala de laboratório: Al2O3, ZnO ( Óxido de Zinco ) como adsorvente de H2S ( Sulfeto de H2 ), Fe-Cr, Co-Mo, e outros.

Obs.: Face ao ótimo desempenho do adsorvente ZnO preparado em escala de laboratório ( 50 gramas ) na remoção do H2S em um micro reator contínuo, a seguir foram produzidos 4 lotes ( 1 kg cada lote ) de ZnO em escala piloto, as amostras testadas novamente em um micro reator continuo com resultados similares ao ZnO comercial. O IPT assinou um acordo de transferência da tecnologia deste ZnO com a empresa Oxiteno, a Oxiteno iniciou a produção comercial deste adsorvente ZnO em torno de 1984 vendendo este ZnO para as refinarias de petróleo, indústrias petroquímicas e químicas, onde o IPT recebeu da Oxiteno os royalties sobre a venda. Vide Foto 6 – Óxido de Zinco – ZnO, adsorvente de H2S ( produção em escala piloto ). Nesta época foram assinados também acordo de cooperação com a Eletrocloro - Sto André/ SP, Nitrocarbono – Camaçari/BA, etc,

Foto 2: Sala de Preparação de Matérias Primas e Conformação de Catalisadores

79.1.Lab.Cat.2.sala.Prep.MP e Conformação Copia

Foto 3 – Sala de Preparação de Matérias Primas e conformação de Catalisadores

79.1.Lab.Cat.1.sala.Prep.MP e Conformação Copia

Foto 4: Sala de Produção de Catalisadores em Escala Piloto

79.1.Lab.Cat.3.sala.Prod.Catal. Piloto Copia

Foto 5 - Sala de Avaliação de Catalisadores em Micro Reatores

79.1.Lab.Cat.4.1.sala. Aval.Cat. em Micro reatores

Foto 6 – Oxido de Zinco – ZnO, adsorvente de H2S ( produção em escala piloto)

79.Lab.Cat.6.1.Foto.Prod. Piloto ZnO pó e ZnO extrudado

2: Eng. Quím. Kenji Takemoto, a minha carreira na área da Catálise

Na Coordenação do Laboratório de Catálise do IPT desde 1979, participava das reuniões da Sub Comissão de Catálise e depois na Comissão de Catálise - IBP, bem como nas discussões técnicas e administrativas dos projetos em desenvolvimento. Fui aperfeiçoando o meu conhecimento como bolsista da JICA em 1982 por 1 mês no Centro de Catálise da JGC – Japão, e depois em 1983 por 1 ano no National Chemical Laboratory for Industries na cidade de Tsukuba – Japão.

Em 1987 fui convidado para trabalhar na Degussa ( atual empresa Evonik ) como Gerente de Tecnologia de Aplicação no Departamento de Catalisadores e inicialmente fiz um treinamento de 6 meses na Degussa Alemanha na área de catalisadores automotivos e químicos.

Atuava tecnicamente nas duas áreas. O Proconve ( Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores ) fase L-1 ( L = veículos leves ) de 1986 estava em vigor e a partir de 1992 a fase L-2 com a necessidade do catalisador de oxidação. Visitava as montadoras da época, obtendo informações sobre os novos motores e dados de emissões veiculares, transferia estas informações para a Alemanha e recebia da Alemanha amostras de catalisadores automotivos para testes nestas montadoras. Baseado nos testes, em 1990 a Volkswagen qualificou o catalisador automotivo da Degussa e depois viabilizou a assinatura de um contrato de fornecimento. Em 1991 a Degussa constituiu a empresa Newtechnos em Americana – SP. Vide Foto 7 – Amostras de suporte e catalisador automotivo. Com a nova empresa ( atualmente pertencente a Umicore ) dedicada para catalisadores automotivos, fui designado para focar o desenvolvimento do mercado de catalisadores químicos.

Foto 7 – Amostras do Suporte cerâmico e do catalisador automotivo

78.c3.1.Suporte e Catal. autom.Foto

A área de Catalisadores Químicos com estrutura “ Vendas & Produção & Tecnologia de Aplicação “ atuando homogeneamente e tendo um portfólio de catalisadores específicos a base de metais preciosos, as vendas cresceram baseada na tecnologia de aplicação do catalisador pela especificidade da reação catalítica do cliente. Esta atuação técnico-comercial atingiu o mercado externo e aumentou expressivamente o volume de vendas. É importante destacar a atuação global da empresa e o suporte advindo desta cooperação, agregando conhecimento e experiência profissional.

Por outro lado, a participação em eventos e Comissão de Catálise/SBCat, bem como o patrocínio dos CBCats e o fornecimento de amostras para as Universidades e indústrias fortaleceram mais o nome da empresa na sociedade catalítica. Esta sinergia da Evonik perante estas instituições contribuíram para o aperfeiçoamento científico e o interrelacionamento pessoal. Para apoiar a catálise no Brasil, desde o 12º CBCat em 2003 a Evonik patrocina o Prêmio “ Melhor Tese de Doutorado em Catálise “. Em 2005, no 13º CBCat fui agraciado com o Prêmio “ Catálise e Sociedade “. Em 2007, no 14º CBCat fui agraciado com o título de “ Sócio Honorário “. Em 2011, assumi por 2 anos a Presidência do Conselho Superior da SBCat.

Em 2011, já como Consultor, depois de vários contatos com empresas, através da Umicore viabilizei a vinda do Prof. Akira Suzuki, ganhador do Prêmio Nobel de Química em 2010 para ser um dos palestrantes do 14º BMOS que foi realizado de 1 a 5 de setembro em Brasília. O Prof. Suzuki estava no programa, porém a Coordenação estava com poucos patrocinadores. Além do admirável sucesso do Prof. Suzuki no 14º BMOS, depois veio especialmente a São Paulo para dar uma palestra para a comunidade Nipo-Brasileira, bem como para a comunidade científica no CRQ-SP com a palestra “ Suzuki Coupling Reactions and its Applications in Chemical Industries “.

Sou muito grato aos colegas das universidades, aos alunos, as indústrias, aos colaboradores da Degussa/Evonik e a SBCat pelo meu desenvolvimento profissional, e pela amizade e companheirismo construídos durante a minha vida pessoal e social.

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