Accessibility Tools

imagem 2024 08 23 115032590Nascido e criado na península Itapagipana, em Salvador-BA, desde a infância, fui inspirado pelas histórias do meu pai, um aposentado da Petrobras, sobre os processos de extração e refino de petróleo na Bahia. Essa influência me levou a escolher sem hesitação o curso de Química na UFBA.

Ao entrar no Instituto de Química da UFBA, fui abençoado com professores incríveis que me incentivaram a mergulhar no mundo da pesquisa. No meu segundo semestre, tive a honra de ser o primeiro aluno de iniciação científica do Prof. Dr. Emerson Sales (IQ-UFBA). Com paciência e sabedoria, ele me guiou nos primeiros passos da catálise heterogênea. Mesmo com recursos limitados, fomos acolhidos pela equipe do Laboratório de Catálise (LABCAT-IQ-UFBA), onde começamos nossos estudos na síntese e caracterização de catalisadores de paládio. Sou eternamente grato à Profa. Dra. Heloysa Andrade (IQ-UFBA) por nos receber no LABCAT.

Um dos resultados dessas pesquisas me levou a apresentar um trabalho no 10º Congresso Brasileiro de Catálise (BA), onde tive a oportunidade de conhecer e aprender com renomados pesquisadores na área da catálise. Após esse congresso, me tornei membro da Sociedade Brasileira de Catálise (SBCAT).

Sempre fui fascinado pelo mundo nanométrico. Durante a graduação e o mestrado, estudei a interação de diferentes íons e complexos de paládio com a superfície de vários suportes (alumina, céria, óxidos de vanádio, zeólitas e silicatos), culminando com o desenvolvimento de catalisadores de paládio suportados em alumina para a hidrogenação seletiva de acetileno, que foi o tema da minha dissertação de mestrado.

No doutorado, no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química (PPEQ-UFBA), sob a orientação do Prof. Dr. Luiz Pontes (UFBA), um orientador e grande amigo, entrei para o grupo de Catálise e Meio Ambiente (CATAM-UFBA/UNIFACS). Nesse momento, comecei a estudar aditivos de catalisadores de FCC para dessulfurização de combustíveis. A partir desse estudo, que foi o tema da minha tese de doutorado, estabelecemos uma parceria de sucesso com a Fábrica Carioca de Catalisadores S.A. (FCCSA), graças ao Dr. Lam Yiu Lau, uma grande fonte de inspiração e aprendizado. Nesse projeto, desenvolvemos aditivos para catalisadores de FCC para a redução in situ de compostos sulfurados na faixa da gasolina.

No pós-doutorado, no Programa de Formação de Recursos Humanos (PRH 36, UFBA), estudei a síntese de catalisadores zeolíticos nanométricos suportados para a redução de compostos sulfurados na faixa da gasolina.

No CATAM, sou grato pela oportunidade de fazer parte de uma grande família científica. Junto com o Prof. Pontes, orientei alunos de iniciação científica, estágio curricular, mestrado e doutorado. Através de um trabalho árduo e consistente, conseguimos produzir resultados significativos, como artigos científicos em revistas de alto impacto internacional, prêmios de melhor trabalho em congressos regionais, nacionais e internacionais, e prêmios na área do empreendedorismo, como o Concurso Ideias Inovadoras (promovido pela FAPESB/SECTI (BA)) e o Prêmio Santander Empreendedorismo.

Atualmente, tenho trabalhado e estudado diversas reações de transformação de biomassa, com foco no desenvolvimento de catalisadores ativos que proporcionem alta seletividade a moléculas plataforma a partir de reagentes de menor valor agregado.

Agradeço o convite da Profa. Dra. Katia Gusmão e Profa. Dra. Sibele Pergher, em nome da SBCat, para compartilhar a minha trajetória. Sou eternamente grato ao meu pai e à minha mãe (in memoriam) por todos os ensinamentos e alegrias, e aos meus irmãos pelo conforto e amor nesta jornada. Rejane, minha esposa, amiga e companheira, que com sua paciência me ensina a viver cada momento. A pequena Sofia, minha filha, que me inspira e me faz feliz a cada sorriso! As conquistas são fruto de muita luta e perseverança, mas sem o apoio e estímulo da família e dos amigos, nada disso seria possível.

imagem 2024 08 23 103946425Tenho a sorte de lembrar o momento em que a catálise capturou minha atenção pela primeira vez. Estava cursando Engenharia Química na Universidad Industrial de Santander – UIS (Colômbia), quando uma amiga veterana me explicou por que havia escolhido a disciplina optativa de catálise heterogênea. Seu argumento girava em torno das dificuldades da disciplina e da forte personalidade da Profa. Sonia Giraldo. Sempre senti profunda admiração pelas mulheres pesquisadoras em um mundo projetado para nós homens. A fascinação que desenvolvi pela catálise estava intimamente ligada ao meu ambiente imediato. Naquela época, a maioria dos meus amigos cursava medicina, e eu ficava encantado da habilidade que eles tinham em distinguir uma radiografia de uma tomografia. Isso me fez associar os catalisadores a pacientes que precisavam ser analisados (caracterizados). Uma perspectiva que ainda hoje me diverte.
A inquietude típica da juventude me levou a explorar outras alternativas. Fiz meu TCC em tecnologias para análise de qualidade do biodiesel e, após a graduação, trabalhei na indústria dos fertilizantes. Naqueles dias, parecia que meu espírito não cabia mais em meu corpo e meus sonhos estavam além da Colômbia. Eu queria estudar fora e descobri que o grupo Coimbra em parceria com a Organização dos Estados Americanos oferecia bolsas de pós-graduação para estudantes latino-americanos.
Em 2015 empacotei minha vida em uma mala e cheguei ao Brasil. Realizei meu mestrado na Universidade Estadual de Maringá - UEM, PR., sob a orientação da Profa. Nádia R. C. Fernandes, trabalhando na produção de biocombustíveis via craqueamento de óleos vegetais. O conceito de biorefinarias me resultava fascinante porque permitia o aproveitamento de tecnologias e processos atuais diante de uma iminente mudança energética. Conseguimos sintetizar zeólitas e correlacionar suas propriedades ácidas (alteradas pela razão Si/Al ou pelo cátion de compensação) com a formação de hidrocarbonetos similares à gasolina. Os desafios (pessoais e profissionais) dessa época foram enormes, mas proporcionais ao crescimento que causaram em mim.
Desde sempre, encarei a aprendizagem como uma reação química que, após um tempo, alcança o equilíbrio. Portanto, decidi perturbar o sistema, mudando-me para o Rio de Janeiro para cursar o doutorado no programa de Engenharia Química da COPPE/UFRJ, sob a orientação dos Profs. Fabio Toniolo e Carlos Chagas (hoje grandes amigos). Desenvolvi uma tese voltada ao estudo fundamental de catalisadores utilizados para o Acoplamento Oxidativo de Metano (OCM). Meu objetivo era compreender a estrutura real desses catalisadores durante a reação. No entanto, as elevadas temperaturas do OCM limitavam a caracterização. Acredito que o grande diferencial da minha tese foi formular as perguntas certas e escolher as técnicas adequadas. Sabia que precisava estabelecer parcerias além dos muros da UFRJ. Por isso, dirigi-me ao Laboratório Nacional de Luz Síncrotron – LNLS (Campinas, SP.) com o Dr. Santiago Figueroa para realizar XANES e ao Instituto de Catálisis y Petroleoquímica (Espanha) com o Prof. Miguel A. Bañares para realizar espectroscopia Raman em modo operando. Ambas experiências enriqueceram meu trabalho e ampliaram minha perspectiva na pesquisa.
Após defender minha tese em 2021, fui professor substituto na Escola de Química da UFRJ e, em 2022, tornei-me professor adjunto no Instituto de Química da Universidade Federal Fluminense – UFF (Niterói). Aqui, leciono (graduação e pós-graduação) e pesquiso no Laboratório de Reatores e Catálise – RECat sob coordenação do prof. Fabio B. Passos. Tenho interesse nas reações de Valorização do Metano, Craqueamento de Óleos Vegetais e Hidrogenação de CO2.
Sou grato por ter encontrado meu caminho no Brasil, por todas as experiências e oportunidades que tive, mas também reconheço que há um longo caminho a percorrer. Sinto-me profundamente motivado pela esperança de contribuir para a transformação social baseada na educação e na ciência.

16 07 Notícia QuemSomosIrmão de Anderson e Érica, e filho de Clarice e Osvaldo, nasci em Araraquara e cresci em Santa Lúcia, cidades do interior de São Paulo. Meu primeiro contato com a química e a física ocorreu através do meu pai, que foi caminhoneiro durante toda a sua vida. Era impressionante e curioso como o bico da câmara de ar do pneu de um caminhão ficava gelado ao ser esvaziado. E já revelando a minha idade, sim, naquela época, os pneus ainda tinham câmara de ar.

A educação sempre foi valorizada e priorizada em casa, sendo minha mãe nossa maior incentivadora. Contrariando as estatísticas, ela retornou aos estudos no período noturno, mesmo após o casamento e três filhos, e eu sempre a acompanhava. Iniciei os estudos nas escolas públicas de Santa Lúcia, onde permaneci até a oitava série. No ensino médio, tive a oportunidade de estudar em uma escola particular de Araraquara, onde o interesse pelas ciências exatas aumentou consideravelmente.

Após muita dedicação aos vestibulares, em 2007, ingressei na Unesp de Araraquara e, focado no objetivo de trabalhar na indústria, optei pela modalidade de Química Tecnológica. No entanto, o ambiente universitário me surpreendeu positivamente e, aos poucos, despertou em mim o interesse pela vida acadêmica.

Minha inserção na vida científica deu-se através da orientação da Profa. Dra. Dulce H. S. Silva, com uma Iniciação Científica em Química Orgânica. Aqui, pela primeira vez, tive a oportunidade de utilizar um catalisador na pesquisa, o ácido sulfúrico, para a reação de esterificação do ácido cafeico, que possui propriedades antioxidantes e neuroprotetoras.

Em 2009, quando estava no terceiro ano da graduação, perdi meu pai de forma muito violenta, o que ocasionou grandes mudanças na minha vida. Embora tenha tido a oportunidade de ser contratado por uma multinacional de alimentos em Araçatuba, meus objetivos já haviam mudado e estar próximo de minha família era essencial naquele momento. Foi então que soube que o Prof. Dr. Leandro Martins possuía uma bolsa de Treinamento Técnico da FAPESP disponível para auxiliar na nucleação do seu grupo de pesquisa. Ele me acolheu e começamos a trabalhar juntos. Quando ele me disse que trabalharíamos com catalisadores, fiquei pensando que ele fosse me trazer uma peça do escapamento de um carro... No meio do mestrado, em 2012, conheci Vanessa, que se tornou minha esposa.

Desde então, foram várias conquistas com muito trabalho e dedicação envolvidos. Primeiras publicações, primeira patente e até oportunidades de conhecer novos países e culturas. Finalizei o doutorado em 2016. Em 2017, meu trabalho foi reconhecido e tive a honra de ser premiado com a Tese em Catálise no CBCat de Ouro Preto, em Minas Gerais, e com o "Prémio Jovem Investigador Fisocat" pela Federação Ibero-americana de Sociedades de Catálise em 2018, em Coimbra, Portugal.

Motivado, realizei pós-doutorado com o Prof. Dr. Celso V. Santilli, também no IQ-Unesp. Em 2019, surgiu a oportunidade de trabalhar por um ano no Synchrotron SOLEIL, na França, sob supervisão da Dra. Valérie Briois, chefe da linha de absorção de raios X, ROCK. Poucos meses antes de embarcarmos (eu, Vanessa e nossas duas cadelinhas, Cristal e Pipoca), perdi minha mãe. A ausência dela doía (e dói até hoje), mas me motivou a aproveitar ainda mais a oportunidade e torná-la uma experiência inesquecível.

Em 2021, trabalhei por um ano com o Prof. Dr. José M. Assaf, no Departamento de Engenharia Química da UFSCar, e em 2022, meu Projeto Jovem Pesquisador FAPESP para estudos em condições operacionais de catalisadores para a conversão de CO2 na Faculdade de Ciências da Unesp de Bauru foi aprovado. Em 2023, fui contratado pelo Departamento de Química na mesma faculdade.

A catálise é uma parte encantadora da ciência, mas mais do que isso, é cada oportunidade, cada aperto de mão, cada um desses momentos que compartilhei com vocês. Isso nos permite romper as energias de ativação das barreiras da vida e construir novas ligações.

26 07 Quem somos Luís noticiaNascido e ainda residindo em Nova Iguaçu, cidade da Baixada Fluminense, periferia da região Metropolitana do Rio de Janeiro, aprendi desde a infância, ao lado do meu irmão Marcos Júnior, os valores essenciais da educação, dedicação e amor pelo trabalho. Tudo isso graças aos exemplos inspiradores de nossos pais, Marcos Antonio e Maria Diva, ambos professores aposentados, e de outros familiares que nos guiaram com sabedoria e carinho.
Durante minha juventude, mergulhei ainda mais fundo na compreensão do poder transformador da educação em suas mais diversas formas. Engajei-me em grupos dedicados à formação humanística e intelectual, contribuindo para moldar cidadãos conscientes de seu papel na sociedade, aptos a serem líderes em um mundo mais fraterno, livre, igualitário e justo.
Foi ainda no ensino fundamental que tive meu primeiro encontro com a Química, uma paixão que se acendeu graças às aulas sobre reações químicas. Foi ali que tracei meu caminho acadêmico e profissional, ingressando pouco depois na antiga Escola Técnica Federal de Química (ETFQ), onde me formei como Técnico em Química em 1999.
Após uma breve incursão na área da gestão da qualidade, decidi embarcar em uma nova aventura acadêmica cursando Engenharia Química, passando pelas prestigiosas Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal Fluminense (UFF). Foi nessa época que encontrei minha companheira de vida e grande inspiração, minha esposa Michelle Castilho, advogada, cujo apoio incansável foi fundamental para que eu avançasse em meus estudos.
Meu vínculo com a catálise se estabeleceu de forma indissolúvel após minha aprovação em um concurso para Técnico de Laboratório na UFF, atividade que exerço até os dias de hoje. Nessa oportunidade, tive o privilégio de trabalhar no Laboratório de Reatores, Cinética e Catálise (RECAT), fundado pelo Prof. Dr. Fabio Passos, uma figura brilhante e inspiradora.
No RECAT, que agora tenho a honra de ajudar a coordenar, fui exposto a diversas oportunidades para desenvolver minhas habilidades e competências na área de catálise. Desde meu ingresso como técnico, compreendi profundamente a importância da pesquisa para o desenvolvimento do nosso país. Foi nesse ambiente estimulante e colaborativo que finalizei minha graduação em Engenharia Química (2008), além de obter meu Mestrado (2010) e Doutorado (2015) em Química, todos pela UFF, com foco em Catálise. Além disso, busquei especializações em Engenharia de Petróleo e Gás Natural (2010) e Engenharia de Segurança do Trabalho (2017), ampliando ainda mais meus horizontes acadêmicos.
Minha jornada docente no ensino superior na rede privada não apenas expandiu minha visão acadêmica, mas também me desafiou a desenvolver habilidades em ensino, pesquisa, extensão e gestão acadêmica. Tive a oportunidade de atuar como coordenador de curso e membro dos núcleos docentes estruturantes dos cursos em que estive vinculado, testemunhando de perto a transformação de alunos que foram os primeiros em suas famílias a concluir o ensino superior.
Em 2020, nasceu meu filho Lucas, o que me motivou a buscar um maior equilíbrio entre minha vida pessoal e profissional. Foi então que me dediquei a um novo concurso público, culminando em minha aprovação como Professor Adjunto no Departamento de Engenharia Química e de Petróleo (TEQ) da UFF, em 2021. Hoje, sinto-me privilegiado por fazer parte de uma instituição de excelência, comprometida com a transformação social através do acesso universal ao ensino superior.
Tenho a sorte de fazer parte de instituições como a UFF (desde 2001) e a SBCat (desde 2009), entre outras, que não apenas moldaram minha carreira profissional, mas também me ajudaram a compreender meu papel na construção de uma sociedade mais inclusiva, com equidade, socialmente justa e comprometida com os direitos humanos. Estou comprometido em continuar contribuindo para esse ideal, trabalhando para promover a igualdade, através da ascensão social alcançada pelo acesso ao ensino superior.

12 07 SBCAT QUEM SOMOS Dra Letícia Forrer Sosa NotíciaA minha trajetória em direção à catálise começou ainda na gradução quando estava cursando engenharia química na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Ao final do curso fui contratada como estagiária do Centro de Pesquisas Leopoldo Américo Miguez de Mello (CENPES) da Petrobras sob supervisão da Vivian Passos de Souza, Adriana Ferreira e Maíra Andrade Rodrigues. As minhas supervisoras eram muito atenciosas e me explicavam tudo relacionado ao trabalho que realizávamos. Passei grande parte do estágio, que durou um ano e seis meses, no desenvolvimento de um software, realizado em parceria com a TI, para acompanhamento online das unidades de processo das refinarias. Para isso, eu precisava conhecer os processos catalíticos e os diferentes tipos de catalisadores empregados. Esse estágio foi o meu primeiro contato com a catálise, pois ainda não havia cursado a disciplina na graduação, mas certamente foi ele que despertou o meu interesse pela área. Lembro que durante o estágio tive a oportunidade de visitar a REDUC, ver o forno reformador, as unidades de hidrotratamento e achei o máximo! Mais ao final do estágio também comecei a realizar atividades no laboratório de caracterização de catalisadores. A realização do meu estágio foi de grande aprendizado para mim e eu sou muito grata à Vivian, Adriana e Maíra por tudo que aprendi com elas.
Naquela época ainda, o CENPES possuía projetos em parceria com o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (COPPE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em uma das reuniões de projeto conheci o Prof. Victor Luís dos Santos Teixeira da Silva. Comentei com ele sobre a minha vontade em fazer mestrado e ele me incentivou a me matricular no Programa de Engenharia Química (PEQ) da COPPE/UFRJ dizendo que seria meu orientador de mestrado. Sendo assim, em março de 2016, comecei o curso de mestrado em engenharia química no PEQ sob orientação do Victor e da Priscilla Magalhães de Souza.
A realização do mestrado me trouxe muito desenvolvimento pessoal e profissional. Além de ter aprendido a operar diferentes equipamentos e ter estudado sobre variadas técnicas de caracterização de materiais, pois o laboratório em que realizava os meus experimentos, o núcleo de catálise (NUCAT), era um laboratório muito bem equipado, o Victor era um excelente orientador. Ele sem dúvidas foi um grande amigo e uma figura muito importante na minha trajetória na catálise e sempre será uma referência para mim como pessoa, orientador e pesquisador. Finalmente, ainda durante o meu mestrado, realizei um estágio de três meses na França no grupo de valorização de alcanos e da biomassa (Valorisation des alcanes e de la biomasse - VAALBIO) da Centrale Lille sob supervisão do Prof. Sébastien Paul. Nesse estágio pude conhecer como funcionavam outros grupos de pesquisa em catálise, conhecer pesquisadores de diferentes países e testar os catalisadores que havia desenvolvido em um sistema high throughput.
Defendi o mestrado e em março de 2018, iniciei o doutorado em engenharia química no PEQ/COPPE/UFRJ que foi realizado em cotutela com a Centrale Lille, onde passei um período de um ano e meio. O desenvolvimento da minha tese foi realizado sob orientação do Prof. Fábio Souza Toniolo do PEQ, Prof. Fábio Bellot Noronha do Instituto Nacional de Tecnologia e Prof. Sébastien Paul da Centrale Lille. O meu trabalho de doutorado envolvia a reação de hidrodesoxigenação do furfural a 2-metilfurano empregando catalisadores de carbetos de molibdênio e durante a minha estadia na França tive a grande oportunidade de analisar esses materiais por Espectroscopia de Absorção de Raios X no Síncrotron Soleil.
Após o meu retorno ao Brasil, voltei ao Rio para realizar algumas caracterizações finais e foi quando conheci o Prof. Pedro Nothaft Romano e o Prof. João Monnerat Araújo Ribeiro de Almeida, que meses depois me convidaram para fazer pós-doutorado no laboratório que eles coordenam juntamente com os Profs. Donato Alexandre Gomes Aranda e Eduardo Falabella Sousa-Aguiar, o Laboratório de Intensificação de Processos e Catálise (LIPCAT) do Instituto/Escola de Química da UFRJ, onde me encontro atualmente pesquisando sobre reações de reforma e HDO de bio-óleo. Além disso, também estou atuando como professora substituta no Departamento de Físico-Química da Universidade Federal Fluminense.
Nunca havia pensado na graduação que seria pesquisadora, tudo foi acontecendo naturalmente, mas posso dizer que ter uma trajetória profissional na pesquisa e, especialmente na área de catálise, é muito gratificante e motivador, pois me permite aprender sobre algo novo a cada dia.

 

Topo